Sejam todos bem-vindos!



Reviews de livros, coisas que me inspiram e publicação de contos! As Portas Estão Abertas! Sinta-se à vontade e Boa Leitura...


Resenha de Livro: A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr

Critica Literária: A Batalha do Apocalipse livro Eduardo Spohr Crítica Literaria A Batalha do Apocalipse

E aí, pessoal! Faz algum tempo que terminei de ler A Batalha do Apocalipse e gostaria de fazer o seu Review, no quadro desse Blog "Resenha de Livro". Obviamente, a resposta ficará ao seu critério, mas confesso que me tornei fã e lerei os demais livros do mesmo autor. Tentarei trazer o maior número de informações sobre a obra sem ser cansativo. Então relaxe, prepara um "lanche pra viagem" porque lá vem história...

Enredo, Sem Spoilar: 

Tem de se entender que essa história é uma Ficção e deve ser encarada como tal. O autor de fato quis somente contar uma aventura épica (deveras Épica) e não simplesmente passar a sua visão sobre a Bíblia, seu cunho religioso, e tudo mais. Portanto, aos meus amigos fundamentalístas, acalmem-se. 

A História da obra se passa entorno de Ablon, o Anjo Renegado, também conhecido pelos demais Anjos, Caídos ou não, como Primeiro General. Ele é um Anjo poderoso (talvez abaixo, em Grau de Poder, apenas dos Arcanjos, estes criados anteriores aos Anjos). Ablon é um ser bom, fiel ao Criador (que encontra-se adormecido desde o início do Sétimo Dia), incapaz de negar sua natureza angelical (como nunca deixar de aceitar um desafio para batalhas, ainda que o inimigo seja tremendamente superior, como os Arcanjos) e que, apesar dessa qualidades, fora expulso do Céu justo por causa delas, recebendo como punição a pena de vagar pela terra, atravessando a história, ou eras, da humanidade, como um párea, incompreendido tanto pelos seus iguais (ainda que respeitado), como pelos espíritos de diferentes naturezas, malignos ou não. Sim, existem outros deuses (esses perfeitamente explicados para que houvesse um encaixe adequado no contexto da obra - chamados de Seres Etéreos - Espíritos de heróis, líderes ou personalidades conhecidas de seu povo em vida e adorados pelos povos aos quais pertenceram -, estes acabaram se tornando grandes desafios para Ablon), além da existência de magos, ou bruxos, reis imortais, e o que puder imaginar. Aliás, imaginação não foi o que faltou na cabeça do autor.

Ablon, por exemplo, tem aparência de algo como um Guerreiro Nórdico, alto e bem constituído até mesmo para aquela povo, mas a grande jogada, ainda que despropositada, é ver como sua aparência afeta sua interação com os povos, como chineses, gregos, romanos, babilônicos e até mesmo brasileiros (é, aqui no Brasil sua aparência passava como normal devido à miscigenação)... 

Falando em aparência, o nosso guerreiro recebe auxílio em sua jornada de outros personagens, como Shamira, Feiticeira de En-Dor, uma gatinha espetacular que só pude imaginar como uma das mulheres mais lindas (digna da telona do cinema), além das mais inteligentes. Enfim, uma mulher perfeita. Simplesmente, torna-se impossível não se afeiçoar a ela. Imagina o ser-humano mais frágil e ao mesmo tempo mais poderoso da terra, sem contar a sua capacidade de atravessar as eras juntamente com os seres mitológicos da obra. Pois é, é ela.

Outros personagens surgem durante a história, igualmente cativantes: Zamir, o Feiticeiro do Deserto; Nimrod, Rei da Babilônia; Tommaso e Pólix, mercadores gregos; mas a minha personagem favorita da obra é Flor do Leste, uma pequena menina chinesa, muda, inteligente, que sabia várias técnicas de medicina, que, ao conhecer Ablon, foi simplesmente fundamental, tudo sem simplesmente abrir a boca, sem esquecer que ela se encontrava numa situação entre escrava, serva ou mercadoria. Ela simplesmente conquista o leitor sem dizer uma única palavra, somente com ações e gestos.

Pontos Negativos e Positivos:

A obra descreve e adapta de forma simplesmente espetacular e épica, com bastante propriedade, momentos históricos, relatos mitológicos e religiosos, seja qual for a crença, basta ler sem preconceito ou paradigmas. Até mesmo Atlântida entra no "bolo". São nos momentos calmos, esses que alguns leitores reclamam, mas que são ótimos, em que o autor desenvolve o contexto por onde o nosso herói passa, permeando a história e o imaginário popular.

Utilizar-se de personagens bíblicos, por mais discretos que tenham sido em suas passagens na história (o que definitivamente deu-lhe liberdade para contar a sua história), foi muito bem interessante. Não estou falando do famoso Lúcife, um dos personagens malignos da história, ou do Arcanjo Miguel ou Gabriel, que foram muito bem trabalhados, mas de personagens que nunca prestaria atenção se não fosse por causa dessa obra. 

Reconhecer, por exemplo, a feiticeira de En-Dor, que na Batalha do Apocalipse foi batizada com o nome de Shamira, é inusitado. Ela de fato é encontrada como uma personagem bíblica do Antigo Testamento (1 Samuel 28:7-25). Mais engraçado foi ver que, de fato, ela era necromante e que foi consultada pelo rei Saul, do povo de Israel, quando este desejava comunicar-se com o espírito do Profeta Samuel, aquele que ungiu o rei Davi (que matou Golias) como o próximo rei (mas é uma outra história - também épica).

Nimrod é outro personagem bíblico que se encontra lá, e é descrito na Bíblia como o primeiro poderoso ("poderoso" na bíblia significa rei ou líder político, nada a ver com poder místico ou espiritual) na terra (foi citado no livro de Génesis 10:8; 1 e Crónicas 1:10). Ele era filho de Cush, que era filho de Cam, que era filho de Noé.

O "Tecido da Realidade" foi uma ideia muito boa que o autor trabalhou e no qual permitiu-lhe perfeiçoar tantos fatos e contos da humanidade com toda essa propriedade. Esse tecido foi tratado como uma membrana que simplesmente separava a nossa realidade física da espiritual, e que se adensou com o passar das eras, dificultando a utilização de magias, por exemplo. Porém, com a chegada do Apocalipse, corria o risco de se romper, algo que daria início ao fim da humanidade.

Um ponto negativo, talvez o único, mas que em nada desmerece a história, foi o fato do autor ter seguido a vertente na qual a maioria dos autores seguem quando desejam contar a eterna batalha entre o bem e o mal. No caso, ele eliminou Deus, o Todo-Poderoso, da história. Literalmente, colocou Ele pra dormir. Eu até entendo. Afinal, que desafio (e interesse) teria a história se o bandido enfrentaria alguém que não pode ser vencido? Simplesmente, não seria interessante uma vez que não veríamos perigo ou ameaça. No mínimo, quando os autores encontram esse dilema, colocam Deus na inércia ou deixam o seus fiéis fazerem todo o trabalho, sem dar a mínima explicação porque ele não interviu antes, deixando o personagem lutar, e se estrepar, até o último minuto. Um exemplo que posso citar agora que me vem rapidamente é aquele filme de 1999, Fim dos Dias, com Arnold Schwarzenegger.

Contexto da Obra:

Esse livro é um exemplo de esforço, superação, competência e ócio produtivo. Dá pra imaginar que Eduardo Sporh decidiu escrever esse livro quando ficou desempregado? A capa, por exemplo, é oriunda de uma imagem que ele achou interessante colocar apenas para ilustrar, em parte, a ideia de sua história, mas parece que a editora não se deu conta e publicou com ela mesma (a história de como ele teve de ir até a Europa para pagar o direito de usar imagem já dá outro livro). Sem esquecer que tentar sobressair-se como um autor brasileiro é ainda mais difícil. O público para a literatura nacional ainda está se formando. O Brasil, em sua maioria, não tem costume de ler, e as editoras somente investem em obras que possuem retorno garantido, normalmente do exterior, no qual sabe-se que terá um retorno garantido, com filmes bilhonários arrebentando no cinema, com mais de um milhão de exemplares vendidos nos EUA, com um comercial avassalador. Para se ter uma ideia, as editoras não davam crédito ao seu livro. Quantos exemplares foram enviados às mais diferentes editoras e nenhuma se dava ao trabalho de tentar vender (certamente, existem muito autores brasileiros bons hoje em dia que se encontram nessa situação). A Batalha foi vendido independentemente pelo site Jovem Nerd e, mesmo conseguindo uma certa escala de sucesso, ainda teve um árduo caminho até chegar a uma grande editora, e isso é simplesmente incrível, ainda mais para um escritor iniciante. E não apenas isso, o livro abriu ao grande publico, ao ser publicado e distribuído em larga escala, o conhecimento da fantasia escrita aqui no Brasil, um mercado pequeno e quase sem vida.

Influência da Obra:

É interessante ver como certos elementos presentes na minha infância saltam aos olhos à medida que lia a obra. No caso, as batalhas, em alguns vários momentos, lembaram-me, em seu clímax, de aventuras como dos Cavaleiros do Zodíaco, com direito a parada de costas, um para o outro, e a dúvida momentânea de quem teve sucesso ao desferi o golpe. Ou mesmo quando partíamos do presente para o passado, em um momento puramente Highlander, recontando o todo o momento da vida daquele guerreiro imortal e sua espada. 

Dados Sobre a Obra:

Autor: Eduardo Spohr
Ano: 2007
Gênero: Literatura
Páginas: 569

Sinopse: Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final.

Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na batalha do Armagedon, o embate final entre o Céu e o Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do universo.

Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano; das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval. A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana, mas é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas heroicas, magia, romance e suspense.


Vídeos Relacionados ao Livros:

BookTrailer: 

Nenhum comentário:

Postar um comentário