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Trecho do Livro: O Ladrão de Eurico


Olá, pessoal!!!!! Dando início ao quadro "Trecho do Livro", decidi publicar o início do Capítulo 02 do primeiro livro da saga Os Confins da Terra. Obviamente, tratei de batizar o texto com um título, apesar deste não constar na história, porém recai como uma luva: "O Ladrão de Eurico". Caso não tenha captado a idaia, clique abaixo e boa leitura!!!!!

O Ladrão de Eurico

Estava tudo calmo naquela noite. Estranhamente calmo. A pedido de Dom Alonzo de Guzmán el Bueno, duque de Medina Sidônia e Capitão Geral da Andaluzia, os guardas da cidade vieram protegê-lo. Ao que parecia, sua visita não era bem-vinda, ele havia recebido uma das cartas ameaçadoras do Capuz, o misterioso ladrão que vinha aplicando os seus golpes na cidade de Eurico nos últimos tempos. O rei Filipe não estava nem um pouco satisfeito com o desenrolar dos acontecimentos, ninguém era capaz de capturar este malfeitor e, por consequência, esse ladrão tornava-se cada vez mais ousado, chegando a interferir em assuntos que seriam da competência exclusiva da guarda desta cidade, atuando como um protetor, frustrando assaltos, fosse no interior dos muros antigos da cidade; fosse dentro das imediações dos muros novos em fim de construção, com a sua grandiosa Águia de Pedra e o antigo brasão da família Eurico, que intimidavam a todo e qualquer visitante.
Até mesmo em seus arredores, as suas ações eram sentidas, inclusive com os seus furtos. Isto despertou o interesse da inquisição, o povo começava a acreditar em se tratar de um anjo ou espírito benevolente. Seu nome era famoso mesmo nas cidades mais afastadas da Península, afastando assaltantes e malfeitores, e provocando medo nos nobres e nos burgueses mais bem sucedidos do reino.
Mas não desta vez. Os guardas vigiavam a porta de entrada e faziam ronda em volta do castelo revezando a toda hora. Jaime Ráfare, o Comandante da Guarda, cuidava pessoalmente do aposento onde se encontravam as riquezas de Dom Alonzo, vigiando a porta sem nem ao menos piscar. Junto a ele, dois guardas permaneciam à postos. Não havia como o ladrão passar por eles.
O Comandante Jaime Ráfare manteria a sua constante vigilância por toda aquela noite. Ele caminhou pelo aposento, observou as ruas tranquilas em volta do castelo e colocou-se a raciocinar. Devido à altura das janelas, parecia impossível que alguém tentasse se aventurar escalando as suas paredes, arriscando ainda ser visto à distância. Além do mais, era uma noite clara e a lua dava a sua luz com força. Era improvável que qualquer um tentasse cumprir a promessa feita por intermédio daquela missiva.
Porém, de súbito, os ouvidos do oficial captaram um barulho em uma das janelas do outro lado do aposento. Jaime, juntamente com os seus homens, se alertaram, seguindo na direção da abertura ornamentada, mas nada encontraram. O Comandante fitou os seus olhos, porém captou apenas o calçamento de pedras da rua. Nenhuma movimentação de qualquer pessoa àquela hora da noite. Ainda desconfiado, afastou-se da janela, porém sem deixar de fitá-la. Foi quando percebeu um novo barulho, dessa vez mais alto, fora da sala, tomando os corredores do forte. O tempo passou. Os guardas fora da sala deveriam reportar-se a ele sobre qualquer alteração ou distúrbio, porém ninguém adentrou ao recinto para dizer-lhe se estava tudo bem, era preciso checar.
O Comandante da Guarda convocou um dos seus homens e aproximou-se da porta, abriu-a lentamente. Não encontrou nenhum soldado. Jaime Ráfare não conseguia conceber a ideia de que as suas sentinelas haviam abandonado os seus postos. Caso contrário, a punição seria gravíssima. Porém não havia sinais de luta. E o barulho que escutara, apesar de alto, dificilmente se aproximaria com o de um forte confronto. O Comandante se perguntava o que teria acontecido. Sentia-se obrigado a sair para efetuar uma ronda, encontrar os seus homens e verificar se estava tudo bem.
Um dos seus soldados o acompanharia enquanto outro permaneceria a guarnecer o aposento. A porta da sala fechou-se à suas costas enquanto ouvia-se o som da tranca sendo travada para impedir qualquer investida ou visita indesejada.
O silêncio imperou.
O soldado da guarda permaneceu atento, fitando a entrada do aposento. Foi então que percebeu uma sombra às suas costas. O guerreiro voltou-se rapidamente, já sacando a sua espada, pronto a defender-se. Porém fora inútil. A estranha figura negra calçou o punho de sua arma antes que fosse completamente sacada, mantendo-a presa à bainha. Levou a mão, em meio ao desespero, à sua arma de fogo, mas fora desarmado no mesmo instante em um único movimento. Ele sentiu apenas um punho cerrado golpeando-o pesadamente em sua face antes mesmo que pensasse em se afastar do seu inimigo. O soldado caiu desacordado sobre o chão de pedra.
A estranha figura negra voltou-se para a janela pela qual havia entrado em total silêncio, abriu-a um pouco mais, com extrema perícia, sem um único ruído, para facilitar a sua fuga. Seguiu para onde jóias eram guardadas, apanhou as de maior valor e caminhou pelo aposento, pondo-se a revirar as documentações do duque. Falava-se que ele seria o comandante do levante armado contra o reino da Inglaterra e o Capuz se perguntava qual seria a relação deste nobre com o atual Governador da cidade. Incapacitá-lo financeiramente lhe daria a oportunidade de atrasar a saída de Dom Alonzo daquela urbe e lhe possibilitaria mais tempo para descobrir o que era tramado. Enviar uma carta ameaçando o nobre de roubá-lo apenas aumentaria a sua importância em um nível que jamais chegaria, talvez até mesmo pessoal, e isto contribuiria para a sua permanência na maior cidade da Europa.
O Capuz guardou consigo algumas anotações e virou-se para a porta pela qual Jaime Ráfare e seu subordinado ainda não havia retornado e aguardou.
De repente, ouviu-se o destravar desordenado da porta. O Comandante da Guarda, acompanhado de mais soldados, adentraram o recinto de forma afoita. Haviam encontrado os corpos das sentinelas desacordados do lado de fora do castelo, e sabiam que o Capuz estava à espreita. Também se perguntavam como alguém seria capaz de arrastar dois corpos em tamanho silêncio, sem despertar a menor atenção.
Qual não foi o susto ao fitarem uma misteriosa figura negra com o corpo do soldado aos seus pés.
Guardas! – gritou o Comandante.
Os soldados sacaram as suas armas. A figura negra não se moveu.
Você está perseguindo os seus aliados, Comandante. – sentenciou de forma obscura o ladino Capuz.
Quem é você? – perguntou o Comandante da Guarda o mais espantado possível. – Como conseguiu passar por nós?
A figura negra olhou para o Comandante da Guarda com um olhar de pena.
Vocês estão afogados em mentiras e não sabem como sair, – disse o ladrão puxando da capa um gancho, com as suas pontas no formato de garras de águia, amarrado a uma corda. – mas eu vou abrir os olhos de vocês antes que seja tarde demais. – e, correndo em direção da janela por onde havia entrado, saltou deixando os guardas surpresos.
O Capuz voa. – disse um dos guardas.
Peguem o maldito! – disse Jaime, mas já era tarde, o Capuz já havia escapado. Os guardas aproximaram-se lentamente da janela.

Era o famigerado Capuz. – disse um dos guardas com um tom de tristeza. – Apesar de todos os nossos esforços, ele conseguiu de novo...

4 comentários:

  1. AMEI SEU CANTINHO ! BJS

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  2. ótimo layout, escreve bem, e a história é instigante!
    sucesso! aliás, achei fantástico o design das capaz!
    parabéns!

    fica na PAz!

    http://inspirados-oandarilhodotempo.blogspot.com/

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  3. Oie!
    Adorei o texto, fiquei com vontade de ler o livro!
    Você está de parabéns!

    Att
    Sheyene Figueiredo http://euemeusheternimos.blogspot.com/

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  4. Oi!
    Nossa, eu amei, mesmo! To super curiosa agora...
    Desculpe não ter parecido por aqui antes, mas é que minha vida anda muito corrida.
    Mas cá estou, parceria é parceria =D
    E tu publicas no bookess? Eu também =D
    Vou te acompanhar por lá também.

    Beijão,
    Amanda
    Amanda's World

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